"Contratação de Cuca pelo Athletico é uma afronta às mulheres"

 

Por: Kelven Junio

A recente contratação do treinador Cuca pelo Athletico Paranaense gerou uma onda de indignação e debate no cenário do futebol brasileiro. Condenado por violência sexual contra uma garota de 13 anos na Suíça, na década de 1980, Cuca teve sua pena anulada este ano pela Justiça local, alegando prescrição do crime e o falecimento da vítima. Este artigo explora a complexidade dessa situação, examinando o impacto dessa polêmica contratação no contexto do esporte nacional.

Histórico e Recurso Jurídico:

Cuca, conhecido por seu passado no Grêmio e recente passagem frustrada pelo Corinthians, viu sua condenação por estupro ser anulada pela Justiça suíça. Apesar disso, o treinador não foi declarado inocente, mantendo-se as evidências e depoimentos que levaram à sua condenação original, incluindo vestígios de sêmen encontrados no corpo da vítima.

Paralelos com Outras Contratações Polêmicas:

Este episódio não é isolado no histórico do Athletico Paranaense, que já havia contratado o lateral Marcinho em 2021, condenado por homicídio culposo. A recorrência de contratações controversas coloca em xeque a postura do clube em relação à responsabilidade social e suas ações no mercado.

Impacto no Mercado e Estratégia do Athletico:

Após uma passagem frustrada pelo Corinthians, onde Cuca dirigiu a equipe em apenas dois jogos antes de se retirar devido a protestos da torcida, o treinador busca reabilitação no mercado. O Athletico Paranaense, por sua vez, decidiu bancar a contratação, anunciando-a na semana do Dia Internacional da Mulher. Essa escolha, embora juridicamente válida, levanta questões morais e coloca em cheque o comprometimento do clube com a defesa dos direitos das mulheres.

O Futebol como Ambiente Hostil às Mulheres:

A contratação de Cuca ressalta como o ambiente do futebol continua sendo hostil às mulheres. A forma como figuras do esporte minimizam crimes de violência sexual, utilizando eufemismos, perpetua uma cultura de impunidade e desrespeito. As campanhas do Athletico e de outros clubes no Dia Internacional da Mulher são questionadas diante dessas contradições.